Omagio a Eikoh Hosoe, de Cicchine

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Ações

Cantei!
E meu canto disseminou-se no canto dos pássaros,
Espalhou-se com os pingos de chuva
Fazendo sorrir alguém do outro lado do planeta.

Chorei!
E as lágrimas queimaram minha face,
O chão batido de terra vermelha e
Por alguns instantes, a vida pode ser límpida.

Dancei!
Uma dança sem ritmo definido
Que encantou formigas desavisadas
E todo o movimento ficou explicado.

Vivi!
E a vida mostrou-se turrona,
Colocou pedras no caminho estreito,
Mas todas tinham beleza de valer a pena.

Olhei!
E por momentos infinitos todas as estrelas
Me sorriram e eram minhas. Apenas minhas.
Assim, a cor dos olhos teve porquê.

Viajei!
Por mundos distantes imaginários.
E monstros mostraram que não são tão maus,
Enquanto flores mostravam espinhos.

Sonhei!
Dias e noites inteiros na cama e fora dela.
E os sonhos viraram realidade com tato
Mesmo que essa fosse inventada.

Sorri!
E então, os dentes já não eram apenas dentes,
Tinham vida e secavam lágrimas e cresciam.
E os sorrisos tinham beleza de qualquer cor.

Amei!
E o amor ultrapassou paredes e ruas
Chegando até os seus ouvidos,
Virando amor multiplicado por dois.

Um comentário:

Unknown disse...

Que versos lindos!
Suaves e intensos ao mesmo tempo.
Você tem talento.