Omagio a Eikoh Hosoe, de Cicchine

terça-feira, 3 de julho de 2012

Vermelho

Não sei mais falar de amor.
Do coração só ficou um fogo,
Que sem demoras tomou o corpo todo.
Flamejante sem porquês.

Para cada milímetro de pele,
Só a necessidade de uma mão.
A próxima que a irá percorrer
Deixando já desfalecido o sonho.

Desejo de fêmea no cio.
Desejo de vagabunda rodando a rua.
Mostrando o corpo pra ver se sacia
De tesão, já que não tem amor.

Deixo a boca para ser preenchida,
Não de promessas, mas de línguas,
De secreções e seivas novas.
De orgasmo em sua forma mais bruta.

O coração será saciado com prazer.
E nada mais de sentimentos ali,
Porque ali agora é fogo e lava,
É tudo vermelho e fim.