Omagio a Eikoh Hosoe, de Cicchine

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Inverno

O mundo e os cheiros
Deste lar-mundo,
Que de tanta doçura
Agora é cinza e imundo.

Vago e vasto, ironicamente
É meu sentir.
Sesações quentes e desiguais.
Dias de verão são ruins

E improdutivos, até mesmo
O sorvete é melhor
Em dias de inverno.
Charme e felicidade discreta.

Cachecóis, chapéus, casacos!
Encanto com folhas caídas.
Céu cinza e nariz todo gelado,
Capuccino, conhaque e cigarettes.

Esquentar as mãos nem sempre
É fácil, se os anteriores não funcionarem,
Há as luvas. Ou as suas
Mãos gélidas com as minhas.

Danieli Buzzacaro
09/04/2009

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Necessidade

És a canção mais bela
Composta em redondilha:
Poema! Poeta por amor.
Amor a todas, amor a eus.

Ilimitado e irrestrito
Poema ultra-romântico
Com rimas e métricas,
Sensibilidade e ilusão.

Por que a ti quisera eu
Dar meu coração?
Foste teu por muito tempo.
E ainda o é, em poema.

Não há arrependimentos
Quando o amor é verdadeiro
E o amado-amante vale a pena.
Fica apenas o gosto doce do amor-sonho.

Sereno como poema.
Doce como canção de ninar
Premeditada no silêncio da noite
Por ouvidos surdos e loucos.

Desejo, loucura e calmaria!
Um emaranhado no amor que tens.
Quisera eu poder te confessar:
Do mal que tu sofres, sofro também eu.

Liberdade de amor, sem libertinagem.
Todos são puros e belos.
Alguns com carne e lascívia;
Outros, apenas coração e ternura.

Bobagem amar só uma vez.
Não entregar-se e fechar os olhos,
Sentir beijos de amor ou carne
Sem pensar que há futuro.

Colecionadora de amores que sou,
Agora confessa, como tu fizeste,
Vivo de sonhos e ósculos
Em ruas desiguais e únicas.

Há quem diga que conquistar
É algo intrínsecamente meu.
Se for, que assim seja.
Se não, fica assim também.

Amor é simples e
Simplicidade é bonita.
Carinhos e sonhos não carecem compromissos.
Entretanto, compromissos necessitam

De carinhos e sonhos.
Carinhos antes de dormir;
Cabelos, pelos, bocas, desejo e ternura
Em tempos que não devem ser contados.

E sonhos ao acordar;
Pra passar o dia com o sabor
Escorrendo nos lábios,
“Sonhando” que a noite chegue rápida.

Danieli Buzzacaro
07/04/2009

terça-feira, 7 de abril de 2009

À Cuiabá

Ó Cuiabá! Minha bela!
Com suas ruelas vivas
E todas as cores de seus casarões
Que tanto encantam meu olhos.

Quando o cinza do céu
Cobre a bela cidade, Cuiabá
É que a beleza torna-se extraordinária
E ao observá-la, por pouco, não pego-me a chorar.

O verde e o concreto, lado a lado,
Em harmonia indizível.
Quantas gentes diferentes e
Quanta alegria vejo em cada canto.

Acolheu-me, mãe amorosa!
E como boa cria retorno
Contente, sempre que posso
E exalto meu amor, bela!

Falando de amor,
Quantos amores me reservou,
Suspiros dos mais profundos
Em cenários por ti desenhados.

A hora de partir,
Quão dolorosa é essa hora!
Vejo-me emocionada, arrepiada e chorosa.
Mas com um sorriso de satisfação por revê-la.

Voltarei, ó minha bela Cuiabá!
Lhe prometo agora na partida.
Guarde meus amores, seus casarões,
Suas ruas, seus céus e seus cheiros.

Amo-te minha bela.
Bela minha, Cuiabá.

Danieli Buzzacaro
24/03/2009