Omagio a Eikoh Hosoe, de Cicchine

domingo, 8 de novembro de 2009

Eu

Vago pelo mundo sem mapa.
Minhas pernas são trêmulas
E o coração bate em disparate.
Não tenho amor, nem caminho.

Entre pedras plantei minha ilusão.
Germinei sementes vazias.
Colhi desesperança viva.
Colhi amor morto.

Meus olhos não cheiram.
Minha boca não tem tato.
Meus ouvidos estão mudos.
Não sinto você, nem eu.

Se quiser vir comigo
Em meu caminho, não venha.
Não sei para onde vou,
Nem tão pouco, quem sou.

2 comentários:

eloisa disse...

Olá Danieli, fiquei contente com o teu terno comentário dizendo que sentiu falta dos meus textos. Assim o coração fica pulsando descompassado de alegria.
Aprecio a tua poesia. Consegue expressar uma melancolia terna. Uma tristeza sem rancor de um amor que não germina, que não chega. Como se não bastasse isto, brinca com os sentidos, joga com as palavras; e eu gosto disso.

Um beijo pra você.

eloisa disse...

Acredito que nunca tenho comentado contigo, mas eu adoro mitologia e mais ainda Eros e Psiquê. :D
Ah, o teu poema me lembrou a música da Adriana Calcanhotto, Esquadros.

"Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome..."

:)