Omagio a Eikoh Hosoe, de Cicchine

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Cinza. O céu refletia devagar a cidade coberta de fumaças e sonhos noturnos. Pela manhã todos saem de casa com seus sonhos sobrando no canto da boca sem notar o ocorrido. Eu, como toda aquela gente recém desperta também carregava o resto de sonho junto ao lábio inferior, escorrendo como mel de abelhas.

Meus sonhos estão todos novos e iluminados com uma luz não conhecida. Uma mudança repentina transformou o que era necessário em um quase estorvo.

Os dias estão estranhos. De uma estranheza indelicada. Tudo tem sido divagações em minha mente e há um torpor de medo ou alívio. Uma felicidade inadequada aloja-se em algumas horas especificas do dia e sinceramente, não sei conviver com ela muito bem.

Hora a hora, o sol ganhou força. O dia tornou-se quente e insuportável. Necessitei mais do que nunca de refúgio. Emaranhada entre livros e poesias, senti o mundo girar mais devagar. O coração pesa ainda, talvez não quisesse perder o pedaço que perdi.

O estado mental, embora confuso (como esse texto) traz doses exageradas de inspiração e não tenho certeza se a instabilidade passou. Enfim, já que a inspiração existe, abusarei da cidade cinza/amarelo para exteriorizar monstros imaginários.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, dani

=***

Postei um texto chamado "Cinzas" no meu blog ontem, aí hoje vim aqui ver o seu e tem essa postagem começando com "Cinza"... embora date do dia 04, só vi hj.

Sincronicidade =D

Ou eu que vejo coisas onde não existem =D

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