Quis soltar as alegrias, uma a uma,
Abriu a boca, fechou, abriu mais.
Não saiu nada, nem um trisco de alegria qualquer.
Como haveria de sair algo que nem existe, enfim.
Sentou-se no canto da sala, amuado,
Olhou para a janela, pousou um pássaro,
Ele se debatia, queria entrar, mas ela,
Não sairia da sua realeza para lhe abrir caminho.
Notou a cor do dia, era cinza e belo,
Mas no seu íntimo algo incomodava.
Incomodava mais que o azul do céu,
Mais do que a claridade e o trabalho espalhado sobre a mesa.
Que haveria de tanto incomodar um pobre
E tão jovem coraçãozinho?
Que monstros ou que dor incrível
Morava naquela mente fechada?
E que respostar encontrar em meio à rotina,
Se nem para o pássaro que vinha
Trazer-lhe boas novas, a pobre
Garota teve tempo de sobra?
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