Omagio a Eikoh Hosoe, de Cicchine

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Vazio


Secaram todos os botões de todas as roseiras
No jardim, de súbito, dissolveu-se o perfume.
Não havia mais vida plausível.
Era fato: foi-se embora meu amor.


Tu se foi, mas o sentimento,
audacioso, permaneceu.
Dilacerando cada célula
daquele pobre coração letárgico.


Com pedra e lança o coração era ferido
O sangue corria como fogo
E o amor, diferente dele,
Não ía embora.


Dia após dia lutou arduamente
Pedia em prece que o amor lhe deixasse.
Um dia foi atendida.
Pronto, foi-se o sentimento.


Sorriu. E logo o sorriso amarelou.
O coração estava vazio.
E já não deveria doer.
Foi quando descobriu: nada dói mais que nada ter.

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