Da minha pequenez
Reconheci o ódio.
Da Sua perfeição
Reconheci meus defeitos.
Do céu azul que me deu
Só desejei o cinza.
Da alegria interior
Só o externo me machuca.
Da lua grandiosa
Recebi lágrimas.
Do vento gelado
Recebi a indelicadeza.
De toda a humildade
Só encontrei espaço para meu orgulho.
De toda a caridade
Só sobrou meu egoísmo.
De ser espírito
Tive o materialismo.
De ser eterno
Aprendi a contar o tempo.
Da liberdade
Encontrei a perdição.
Das escolhas
O mal de todas as coisas.
Do amor puro e verdadeiro
Fiz milhares de paixões.
Da felicidade plena
Fiz os vícios incontroláveis.
Dê-me mais uma eternidade
Para que eu entenda o que é fé.
E saiba assim que sou Sua filha.
E que tudo passa, menos o que é Seu.
3 comentários:
"Da alegria interior
Só o externo me machuca."
Isso me chamou muita atenção.
O Carteiro.
Eu declamaria versos intermináveis sobre o que eu, mero carteiro, desejaria em dias incomuns como hoje, mas eu decidi vir dar uma olhada nas tuas letras. És uma poeta humana e sagrada, completamente sã e insana ao mesmo tempo.
Que delícia seu comentário, e que bom saber que você me lê.
Um beijo grande, fique à vontade.
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