Sob o céu nem vida havia.
No obscuro apenas a dança obscena.
Fechei os olhos e ficou o vermelho nu e vazio.
A solidão é um navio procurando seu porto.
Meu porto está logo ali
E não é lá que quero chegar agora.
A dança continua solenemente;
E até convidaram-me a próxima:
Qual a necessidade de dançar quando as pernas estão imóveis?
Mais imóveis que as pernas, está meu coração.
A espera de um navio que talvez não retorne.
Quando nem entre estrelas há vida, qual a necessidade do sangue pulsar?
Observando a dança, de tédio, adormeci.
E tive sonhos que não eram sonhos.
Eram reais na realidade abstrata.
Absorta, eu fitava o mar,
Netuno fitava-me de volta e
Tirando-me a esperança e o pouco de terra morta que me restava, disse:
-Seu navio não volta mais. Saia do mar, aqui não é o seu lugar.
Nem é o navio que espera,
O que te levará para casa.
Danieli Buzzacaro
13 de maio de 2008.
A promessa
Há 5 anos
2 comentários:
Que legal que você voltou...
E sempre que me procurar eu venho aqui e me vingo da visita...
Pô, vê se não some mais...
E, me explica o seguinte: depois de tanto tempo já aprendeu a fazer miojo?
Jorge Schweitzer
Sabe... eu viajo nas coisas que vc escreve.
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