De longe, só a lua me ilumina:
Na riqueza de falta de luz,
Uma luz secundária de sol
É a maior da noite.
Não tenho sensatez:
Expulsei a razão,
Bebi a boa moça,
Entorpeci-me de amor.
Noite passada sonhei com você
E o calor do sonho se perdeu
Num dia ainda mais quente.
A realidade acordou.
Já nesta idade, descobri:
A realidade acorda cedo
E não gosta de acordar,
É mal amada de manhã.
E o dia passou, a noite
Escureceu, o sonho quente
Esfriou com a madrugada
E só ficou o amargo.
Amargo vinho em taça frágil.
A doçura toda esquecida,
Você não vem, não
Aparece (desapareceu?).
A noite escorre lenta,
Pelos dedos, só letras
E a luz da lua que ilumina.
Mais uma taça, por favor.